Doutor, o meu filho está com febre.
O nariz dele está entupido.
Ele não pára de chorar.
Está com dor de barriga.
Não está se alimentando bem.
Não consegue dormir.
Quer ficar no colo o tempo inteiro.
Vomitou várias vezes.
Antes que o doutor comece a fazer o diagnóstico eu queria combinar uma brincadeirinha:
O senhor promete que não vai me dizer que meu filho está com uma virose que passará em alguns dias ? Foram anos de estudo, residência, plantões, dedicação integral com noites em claro e distância da família. O senhor pode mais do que isto ! Vamos ! Confio no seu potencial… Já aprendi que pediatras gostam de brincar e falar no diminutivo para entreter a criançada, então vamos combinar que por dez minutos o senhor fica proibido de dizer a palavrinha mágica “virose”. Vamos ver quem ganha…Se falar virose, o pai do pacientinho dodói não pago a consultinha, há,há,há. Se o senhor conseguir passar pelo teste, e me disser o que o meu filho tem de fato, o senhor leva R$ 600,00 (mas com recibinho, por favor). Vamos brincar ?
Por enquanto este diálogo é apenas um delírio de um pai que descobriu que a virose está para a medicina da mesma maneira que o tomate seco e as paletas mexicanas estão para a gastronomia, ou seja como uma praga de origem não identificada. Um dia esta será minha abordagem de verdade…